perco-me em meus
devaneios escassos
e em poucos instantes
retomo a lucidez
penso naquilo que poderia ter feito
e no que jamais faria
sabendo que a linha
que separa sim e não
é menor do que a que imagino
penso na asneira que poderia
ser dita no momento em
que os meus devaneios
tornaram-se densos, intensos
e que na lucidez ela poderia
vir a aparecer desastrosamente
então, volto aos meus devaneios lúcidos
e ao deparar-me com esse choque:
grito!
grito enlouquecedor, suor frio
lábios rachados, olhos cerrados
dedos entrelaçados, aflição!
quando percebo que a alma escapou
um novo grito.
dessa vez, o grito final.
ela volta.
corpo estirado, elucidação.

Vanessa da Mata - Amado

3 comentários para maricota:

Eleonora Marino Duarte disse...

alma de poeta com facilidade escapa! é muito comum acontecer. uma dica para não perder a alma a todo o instante é sempre amarrá-la na linha do papel, forçar a caneta e insistir para que ela se misture na palavra dentro da folha. outra forma infalível é o Grito, como você sugeriu! esperta maricota!

a caixa que chicória disse é igual a sua e eu estou muito curiosa para saber a história...

a minha tem uma função mística muito íntima, te conto por e-mail.

gostei muito do verso!

maricota, maricota, você está em pleno momento de inspiração, não pare!

um beijo de afeto!

ManinhaChica disse...

Dizer a sensação super do bem que está aqui, não dá.
eu quero é ver isso tudo ai, que vc ainda tem pra mostrar.
só pra nos encantar mais!!

é linda, sua maneira, sua palavra, seu jeito, o sentimento posto.
ah!eu que estou com vc, dizendo como profissional..
aii de mim, mas é assim
é ousar!
agora é hora!

estou aqui com vc, sim

Mana disse...

é sim.
é bela.
é poesia igual as que cê faz!

 
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