[in]cômodo

Maria Bethânia - Cântico Negro


[in]cômodo sombrio
[in]cômodo repleto de significado
[in]cômodo é grotesco, medonho
[in]cômodo à direita, ala feminina
[in]cômodo à esquerda, ala masculina
[in]cômodo ao fundo, Santo Antônio
[in]cômodo ao teto, às ruínas
[in]cômodo às paredes, mofo
[in]cômodo ao chão, marcas
[in]cômodo passado no presente
[in]cômodo acomoda almas
[in]cômodo pinta trevas
[in]cômodo enoja
[in]cômodo excludente
[in]cômodo de dor
[in]cômodo de grito
[in]cômodo incomodante e perturbador
[in]cômodo senzala

5 comentários para maricota:

ManinhaChica disse...

Tô adentrando o [in]cômodo.

Maninha, vc é sem noção.
Como me deixas feliz hoje e sempre.
Minha poesia na sua casinha.
Nossa realidade guardadinha aqui.
Amo!!!!

Seu [in]comodo é charmoso demais.
Leva a vida assim.
Suas palavras são integras.

Há beleza nesse vale!

Joice Marino disse...

Maricotinha,

aos 16 anos da minha vida, eu fui a esse lugar pela primeira vez e o fotografei de todos os lados.

Depois, toda vez que fui até lá, quase que de ano em ano, prestava minha homenagem a Mané do Congo e os seus...

queria ter rodado minha saia com você para eles, mas não rolou.
(ainda voltaremos lá para isso)

Dancei os pés descalços nesse chão frio e úmido, desta última vez...sozinha...estava negrume de noite alta e eu tive muito medo, como sempre.
O lugar emana força de dor e solidão. Mas fiquei ali tremendo e pensando quanto medo passaram eles na vida...então me controlo e danço chorando no colo deles. E desta vez levei um coração cheio de amor verdadeiro que a vida me deu e dancei para Baco, para Francisco, para Betina, para Mayra...para Mané do Congo.

Mayra Kinte disse...

Joice, agora, quem chora sou eu. Tenho emoção profunda em saber que dançaste para nós!
Nós dançaremos juntas, sim, dançaremos!

ManinhaChica disse...

Não deixar que passe sem dar importancia. Fui pesquisar
Aii, me apaixonei e declamei com Maria.


Ao me aproximar de tudo que passou, de todo chão, de dor, de toda senzala, de todo suor, de todo falar de maria, cheguei aqui pra falar com emoção da minha liberdade negra (nem tão liberta)e da expressão.(toda nossa)Que vc sabe muito bem representar.Sem predir licença eu entrei ali, fuxiquei tudo e senti os séculos na flor.

Sempre você.

te amo!

Eleonora Marino Duarte disse...

tudo o que sei é que quando venho aqui, embora eu esteja sempre pronta a responder ou comentar o que você me disse lá no blog, acabo me perdendo em você, na lívia, na joice. é sempre um momento de grande reflexão para mim vir até você. agora (re)vendo a foto da aldeia, vendo o tanto que joice disse, o seu (in) cômodo perfeito, ( eu disse: perfeito!)mais uma vez me perdi das razões que me trouxeram e me entreguei. e sempre vale muito a pena!
obrigada!

querida, eu gosto muito de você!

 
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